Morreu nesta quarta-feira (30) o jornalista Luiz Antonio Mello, aos 70 anos, no município de Niterói, no Rio de Janeiro. Ele tratava uma pancreatite no Hospital Icaraí quando foi vítima de uma parada cardíaca durante um exame de ressonância. A informação é do jornal A Tribuna, onde trabalhava como editor desde 2021.
O jornalista ficou conhecido pelo apelido LAM e teve ampla ligação com o cenário musical. Sua carreira teve início em 1971, no Jornal de Icaraí, do qual seguiria para a Rádio Federal no ano seguinte. Passaria ainda pela Rádio Tupi, a Rádio Jornal do Brasil e o jornal Última Hora.
Sua iniciativa procurou inclusive priorizar vozes femininas, e um concurso para locutoras foi realizado às vésperas da estreia do projeto. A rádio foi ao ar em 1982 e ficaria conhecida pela descoberta e projeção de grandes nomes da música brasileira, como os grupos Blitz, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Legião Urbana.
Três anos mais tarde, o jornalista migraria para a Globo FM. Entre 1985 e 1990 ele atuou como consultor de marketing do departamento internacional da gravadora PolyGram, que esteve à frente da campanha de importantes nomes e grupos musicais, como Tears for Fears, Jimi Hendrix, Supertramp e Eric Clapton, entre uma diversidade de outros artistas.
Mello ainda se destacaria pelo lançamento, no Brasil, da gravadora Windham Hill Records e do projeto Música dos Anos 1990, produzido pela Warner Music.
Sua aproximação ao mundo musical ganharia ainda mais fôlego em 1986, quando passaria a atuar como editor-chefe do programa Shock e diretor do Domingo Especial, na Rede Manchete. Ele dirigiu cerca de 200 musicais internacionais para a emissora.
Mello também deixaria um legado como produtor musical, responsável por discos de figuras como Celso Blues Boys e Antônio Quintella, além de coletâneas de grupos como o The Who, entre muitos outros. Entre outras credenciais, ele também foi colunista de jornais como O Pasquim, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo e Folha de Niterói.
O jornalista ainda fundou a sua própria emissora de rádio, a LAM, que funciona de maneira online desde 2021, e escreveu diferentes livros. Entre eles se destaca "A Onda Maldita", obra publicada em 1992 que acompanha o surgimento da Fluminense FM.
Lançado no ano passado, o filme "Aumenta que É Rock 'n' Roll" também retrata a origem da rádio e conta a história de Mello, vivido Johnny Massaro, e seus colegas, detalhando as transformações que eles trouxeram à cena da música.
"Luiz Antonio Mello, meu amado amigo, irmão e herói nos deixou hoje. Com ele encerra-se uma era de ouro do Rock. Vai com Deus, meu irmão querido", publicou o músico Lobão em suas redes sociais, em homenagem ao radialista.