Astrônomos detectam substância associada à vida no planeta K2-18 b, a 120 anos-luz da Terra, usando o telescópio espacial James Webb
Pesquisadores anunciaram recentemente a maior evidência de vida em outro planeta já descoberta pela ciência. A descoberta, feita no exoplaneta K2-18 b, localizado a 120 anos-luz da Terra, tem gerado grande interesse na comunidade científica e no público em geral.
Ricardo Ogando, astrônomo do Observatório Nacional, explica que o K2-18 b é um planeta do tipo “subnetuno”, sendo um pouco maior que a Terra e menor que Netuno. Os cientistas detectaram a presença de uma substância que, na Terra, é geralmente produzida por organismos vivos, como fitoplâncton e algas oceânicas.
O papel do telescópio James Webb
A detecção foi possível graças ao telescópio espacial James Webb, que tem superado as expectativas desde seu lançamento, proporcionando observações impressionantes desde galáxias no início do universo até esta potencial bioassinatura em um exoplaneta.
Ogando ressalta, no entanto, que é necessário cautela: “É robusto? Dá para bater o martelo e dizer ‘nossa, a gente descobriu vida em outro planeta’? Não. A gente está bem longe disso“. Ele explica que, apesar das capacidades extraordinárias do James Webb, ainda são necessários mais estudos e modelagens para se chegar a uma conclusão segura.
Comparação com descobertas anteriores
Esta nova evidência se soma a outras buscas por vida extraterrestre, como as missões em Marte e as investigações em luas como Europa, de Júpiter. Em 2020, houve também a controversa detecção de fosfina em Vênus, que gerou debates na comunidade científica.
O K2-18 b está localizado na chamada “zona habitável”, região onde é possível a existência de água líquida, considerada essencial para a vida como a conhecemos. Isso torna o planeta um alvo de grande interesse para os astrônomos.
Embora a descoberta represente um avanço significativo, o astrônomo enfatiza que ainda estamos longe de confirmar a existência de vida fora da Terra. A busca continua, e cada nova evidência nos aproxima um pouco mais de responder a uma das questões mais fundamentais da humanidade: estamos sozinhos no universo?