A reunião também acontece em um momento em que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) passa a se aproximar mais de Bolsonaro e ser uma ameaça maior à campanha de reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo, a qual é apoiada por Tarcísio.
A propaganda eleitoral de Nunes desta quarta-feira trouxe o governador paulista afirmando que o atual prefeito da capital é o único que pode vencer Boulos num eventual segundo turno. “O Pablo é a porta de entrada para o Boulos [candidato do PSOL]”, diz Tarcísio no vídeo.
Aliados de Bolsonaro, no entanto, afastam a possibilidade do ex-presidente “mergulhar” na campanha do ex-coach, em detrimento de Ricardo Nunes. Integrantes do PL afirmam que o atual prefeito de São Paulo tem o apoio irrestrito do PL.
Líder nas pesquisas entre os eleitores bolsonaristas da cidade de São Paulo, Marçal deve comparecer ao ato convocado por Bolsonaro no Sete de Setembro, e dividir o palanque com Nunes, como mostrou O GLOBO.
O candidato do PRTB, no entanto, faz mistério sobre sua presença e evita se comprometer com a principal pauta da manifestação: a de pressionar pela abertura de um processo de impeachment no Senado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Publicamente, o candidato justifica a sua postura afirmando que não ganha nada mirando em Moraes e adotando a retórica bolsonarista contra a Justiça no momento em que tenta assumir o comando da cidade. A campanha já admite nos bastidores que ele deve enfrentar uma batalha eleitoral e outra jurídica para manter sua candidatura. Nesse sentido, evitar animosidade pode contar pontos.
Marçal é alvo de 32 representações no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) desde o dia 6 de agosto, incluindo ações referentes a abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação que podem levar à cassação do seu registro.