"Sim, nós estamos com todas as aldeias [atingidas] praticamente. Alto Envira, Feijó, Jordão, e Marechal, Thaumaturgo são as mais atingidas no momento que a gente tem informação. Mas são muitas comunidades, são muitas aldeias. Então, eu acredito que deva ter muito mais pessoas já com essa situação", conta.
De acordo com o governo, 395 pessoas que vivem em comunidades indígenas foram atingidas até o momento. São membros de etnias como Jaminawa, Kaxarari, Huni Kui e Manchineri.
Em nota emitida no sábado (24), a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) alertou para o problema, ressaltando ainda o caso da Aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, como um dos mais críticos.
"A situação na região do Juruá é de extrema urgência, com comunidades indígenas enfrentando enchentes devastadoras devido a um período prolongado de chuvas intensas. Lideranças das comunidades Kuntanawa, Ashaninka e Noke Koi relatam o avanço preocupante das águas, ameaçando aldeias inteiras e colocando em risco a vida, a segurança e a subsistência de centenas de famílias", dizia a nota.
Em resposta ao pedido, o governo do Acre anunciou a criação de uma força-tarefa específica para atender as comunidades indígenas.
Um informe divulgado pela DSEI-ARJ aponta que no Polo Base da cidade de Jordão foram atingidas as aldeias Chico Kurumim, Bom Jesus, Nova União e o bairro Kaxinawá.
"Todos os indígenas não aldeados e aldeados que estavam na casa de parentes foram retirados de suas casas e realocados em escolas e creches", explica o relatório.
Já no Polo Base de Marechal Thaumaturgo as informações é que foram afetadas as aldeias Kuntanawa, Cachoeira, Apiwtxa e Jacobina.
"Eles estão saindo de suas casas e indo para locais mais altos, alguns fazendo acampamento. Nós articulamos com o exército de Marechal Thamaturgo, eles devem estar subindo hoje para lá para dar suporte. Porque nós não temos essa estrutura", explica o coordenador da DSEI.