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Fãs do RBD pagam caro por ingressos e são vítimas de golpe: 'Transformou o nosso sonho num pesadelo'
Publicado em 13/11/2023 00:17
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Dorival Perez, conhecido como Pinguim, oferecia lugares em camarotes que nunca existiram. Segundo a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, foram registrados 23 boletins de ocorrência por estelionato.

O grupo mexicano RBD começou esta semana uma série de shows no Brasil, uma turnê esperada com muita ansiedade, mas fãs que pagaram caro por ingressos Vip dizem que foram vítimas de um golpista.[

“É um sonho, né? E ele acabou que transformou o nosso sonho num pesadelo”, fala Kamila Souza uma das vítimas.

 

 

“Eu descobri que era golpe, entrando numa outra rede social. E vi que eram mais de 300 pessoas lesadas por ele”, revela Kalita Ramos.

 

 

Dorival Perez, conhecido como Pinguim, se apresentava como empresário do setor. Ele comercializava camarotes de grandes eventos, como o show do RBD e de outras bandas internacionais. Pinguim usava a proximidade que tinha com os famosos, como Wesley Safadão, Cafu, Zezé di Camargo e Tirulipa, para trazer credibilidade ao negócio. "Oh, o show do Coldplay nós estamos juntos, viu? Pinguim? É nós”, diz Wesley Safadão.

 

“Acessei, o perfil do Pinguim, vários vídeos de de artistas, não é? Divulgando o camarote dele, falando que estariam presentes no show do RBD. E eu falei, ah, deve ser confiável, não é?”, conta Caroline de Oliveira, também vítima do golpe.

 

Assim como Caroline, Kamila Souza sentiu “segurança” ao ver famosos no perfil do empresário. De acordo com Calta, o anúncio do camarote dizia ter open bar, open food e acesso à pista premium. O primeiro lote custava R$ 3.500.

 

“Então, eu paguei um Pix de R$ 5 mil para ele. Na hora que eu fiz o Pix, mandei o comprovante. Comecei a planejar a minha viagem, hospedagem, passagem”, explica Kamila Souza.

 

 

Ingressos atrasados

 

Com a demora para a entrega dos ingressos, algumas pessoas começaram a desconfiar e entraram em contato com a verdadeira empresa dona do camarote, que negou as vendas.

 

“Aquilo começou a dar muito desespero na gente. Nessa altura do campeonato, a gente começou a pesquisar várias coisas na internet, né? E aí, foi que a gente localizou a primeira reclamação de fãs que foram no show de do Coldplay e não entraram. E foi aí, que a ficha começou a cair, que tinha gente que não ia entrar”, conta Caroline de Oliveira.

 

As vítimas começaram a ter dificuldades em falar com Dorival Perez ou recebiam respostas sem sentido“Eu estou vendo outras coisas, outras regalias também que podem ter. E você pode ficar tranquilo, tá bom, Kamila?” .

Kamila relembra que ligava para Dorival pedindo os ingressos e ele confirmava que estava tudo certo.

 

Estelionato

 

Segundo a Secretária de Segurança Pública de São Pauloforam registrados 23 boletins de ocorrência por estelionato. Há outros registros em mais três estados.

Leo Rizzo, CEO Soccer Hospitality, diz que Pinguim chegou a comprar ingressos verdadeiros para dar uma aparência legal ao golpe.

 

“Ele vendeu muito mais do que ele tinha. 300 ingressos por dia, sendo que ele comprou só 210 para 4 noites. Então, essa conta não fecha. A gente está falando de 1.000 ingressos a mais”, explica Léo.

 

Uma ex-funcionária do Pinguim o descreveu como um “cara muito inteligente”. “Nasceu em berço de ouro, estudado, fala várias línguas, conhecia bastante pessoa, então tem uma conversa, uma lábia muito boa, sabe?”, conta.

Essa funcionária revela ainda que os artistas também foram vítimas e, segundo ela, para os famosos ele entregava ingressos verdadeiros de cortesia.

 

“Era um investimento que ele fazia porque ele comprava e dava para essas pessoas famosas para poder fazer o videozinho fazer a propaganda para ele. Assim, ele conseguia vender mais”, conta.

Famosos negam relação comercial

 

Por nota Zezé Di Camargo disse que o vídeo usado por Pinguim foi gravado há sete anos e, infelizmente, usado de má fé, que não autoriza o uso de sua imagem por Pinguim e que sente pelas pessoas que foram prejudicadas.

A assessoria de Wesley Safadão disse que o cantor desconhece o golpeTirulipa informou que não possui relações comerciais com Pinguim e não fez recomendações de compras de camarotes. Cafu também informou que não possui relação comercial com Pinguim e que foi pego de surpresa com o possível golpe.

defesa de Dorival Perez, o Pinguim, disse que os fatos serão devidamente esclarecidos, que o cliente tem uma conduta ilibada e que está à disposição da Justiça.

 

Dica do Procon

 

Para evitar ser vítima de golpes, o Procon recomenda sempre procurar os canais oficiais de venda de todo e qualquer evento.

 

“Essas pessoas utilizam de artistas que muitas vezes, claro, estão de boa-fé, e isso dá a impressão que a empresa pode vender os ingressos, quando muitas vezes, não é verdade, não procede”, explica Luiz Orsatti, diretor executivo do Procon estado de São Paulo.

 

Mas um grupo de fãs do RBD que caiu no golpe do Pinguim conseguiu ter um final feliz. “Pegamos essas 292 pessoas e demos de cortesia ingressos para elas curtirem o show da vida delas”, diz Leo Rizzo.

 

 

 
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