Cerca de dez países banhados pelo oceano Atlântico, entre eles Estados Unidos, Brasil e Argentina, apelaram nesta terça-feira (20) para um reforço de sua cooperação nos campos econômico, marítimo e ambiental, em um encontro paralelo à Assembleia Geral da ONU.
Esta iniciativa foi anunciada em uma reunião ministerial dos países atlânticos e pretende, segundo uma nota em conjunto, reforçar os laços entre os Estados costeiros do Atlântico "do qual dependemos para nossa sobrevivência".
Os países signatários incluem também Angola, Canadá, Costa Rica, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Gana, Guiné-Bissau, Irlanda, Mauritânia, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Senegal e Reino Unido.
No momento, trata-se de um processo consultivo e de um chamado à cooperação, disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, independentemente do avanço das negociações para criar um marco mais formal.
No texto, os Estados signatários instam outros países que possuem costas banhadas pelo Atlântico a se somarem à iniciativa. Trata-se especialmente de uma cooperação econômica, da governança marítima e da luta contra as mudanças climáticas.
Os Estados Unidos preveem destinar 100 milhões de dólares para esta iniciativa, além de 400 milhões de dólares que atendem anualmente programas sobre o oceano Atlântico, detalhou Blinken.
"O oceano Atlântico representa importantes rotas marítimas, recursos naturais significativos e uma biodiversidade essencial", garantem os países signatários, mas também enfrenta "desafios como a pirataria, o crime organizado, a pesca ilegal, a contaminação e a mudança climática".
O governo do presidente americano, Joe Biden, colocou como prioridade a cooperação em matéria de meio ambiente, incluída a proteção dos oceanos.
Citando dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o chefe da diplomacia americana destacou nesta terça-feira que "um peixe a cada cinco no mercado" foi pescado de forma ilegal, o que representa uma perda anual de "10 milhões a 23 milhões de dólares".