Pré-candidato a presidente cumpre agendas com empresários e políticos alemães, em Hamburgo e Berlim. Ex-juiz também questionou posição de Bolsonaro sobre guerra na Ucrânia e defendeu acordo UE-Mercosul.
O ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato a presidente da República pelo Podemos, cumpre nesta semana uma intensa agenda de encontros com políticos e empresários na Alemanha, para apresentar seu programa de governo, tentar se diferenciar do governo Jair Bolsonaro e sinalizar que tem inserção internacional.
Nesta quarta-feira (23/03), ele divulgou em seu Twitter um vídeo em Berlim, em frente ao Bundestag (Parlamento alemão), e ressaltou que "segue acompanhando a situação no Brasil". Ele chamou de "um absurdo" a decisão do Superior Tribunal de Justiça do dia anterior que condenou o ex-procurador e ex-coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, a pagar R$ 75 mil em indenização por danos morais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido a um "PowerPoint" apresentado em uma entrevista coletiva em 2016.
"A gente tem visto fatos assustadores. O país está doente. (...) O procurador que se sacrificou, se dedicou, para combater aquela roubalheira e colocar os criminosos na cadeia, sendo condenado a pagar danos morais. Isso é um absurdo, isso é o país virado do avesso, isso é querer transformar o certo em errado e o errado em certo. Nós não vamos deixar o Brasil virar uma terra sem lei e um país de bandido", afirmou o ex-juiz.
Moro também comentou as denúncias que apontam que o Ministério da Educação teria sido capturado por pastores evangélicos que agem como lobistas e controlam acesso a verbas em troca de propina. "Dinheiro de prefeitura é pra educação. Aliás, o Ministério da Educação até hoje não tem um plano de recuperação das aulas perdidas na pandemia. E agora vem essa história de propina em verba liberada. Isso tem que ser investigado pela Polícia Federal e pela PGR [Procuradoria-Geral da República] com rigor."